quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Crash






"It's the sense of touch. In any real city, you walk, you know? You brush past people, people bump into you. In L.A., nobody touches you. We're always behind this metal and glass. I think we miss that touch so much, that we crash into each other, just so we can feel something."

De uns tempos pra cá, comecei a prestar mais atenção nos outros do que em mim. Isso me fez perceber como os problemas que todos têm que enfrentar todos os dias significam muito.

A partir dessa minha mudança de atitude, outra coisa que me chamou atenção foi como todo mundo é parecido. Tem uma onda de negatividade que paira sobre todo mundo. Sempre há alguma coisa pra reclamar, pra lamentar. Todos sempre preocupados consigo mesmos, "mas agora, lá fora, todo mundo é uma ilha a milhas e milhas de qualquer lugar".

Pra concluir, vou usar um clichê daqueles bem piegas mesmo: O mundo tá cheio de problemas. Todo mundo os têm. O que faz a diferença é a maneira com que nós lidamos com eles.

Tô aprendendo a ser otimista. A não esquentar a cabeça. Não vai adiantar nada, nunca.

é melhor ser alegre que ser triste

Perfeição

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões

Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação


Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais


Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã


Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada







(meio atrasada)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

#1 - Sobre como as coisas mudam

O sono me consome.


Eu nunca tive muita história pra contar. Minha vida nunca foi digna de um livro, ou de um filme. Nunca fui exemplo pra nada. Sempre fugi de tudo e as minhas histórias geralmente aconteciam dentro da minha cabeça. Meus problemas sempre foram mais internos do que externos e, por muito tempo, eu achei que eu precisava de um psicólogo, um analista, um terapeuta. Acho que eu preciso mesmo.

É bem engraçado como as coisas seguem seu rumo natural. Você muda e nem percebe, deixa pra trás muita coisa que antes parecia essencial e agora já não faz nem diferença. Certas vezes eu acho que só eu sinto falta das coisas que antes eram essenciais. Pensar sobre isso me deixa mal. Claro que pra todos essas mudanças sempre têm um lado bom, eu não fujo à regra. Aliás, os momentos bons são a maior parte da minha vida atualmente; os ruins só existem de fato porque eu não paro de pensar sobre tudo, o tempo todo.

E, ao fim de tudo isso, eu continuo sendo a mesma de dois, três anos atrás, com uma meia dúzia de mudanças superficiais. Mudou apenas o cenário, a circunstância e a intensidade com que eu sinto isso. Hoje sou capaz de sentir mais, e não sei até que ponto isso pode ser bom, ou até mesmo, saudável. Eu pensava sobre as mesmas coisas, da mesma forma, com o mesmo negativismo perene que sempre andou de mãos dadas com minha alegria que distrai a maioria.

Ah, a vida...















De repente, eu tive vontade de escrever

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

boca a boca




"Eu estava numa fase ruim. Me achava mais insignificante que um mosquito de banheiro. Nada em mim me agradava, nem por dentro nem por fora, e minha reserva de auto estima dava apenas pra conseguir levantar da cama de manhã.
[...]
O pessoal se divertia. Nessas horas tem sempre um infeliz pra lembrar de mim e dizer:
- E aí, cara? Tá calado. Não abre a boca não?
E eu lanço aquele sorriso estúpido e me sinto mal porque não me lembro de nada legal pra falar.
Me sinto mal mesmo"

domingo, 6 de setembro de 2009

(All I) need (is just a little patience)










sem paciência pra textinhos bonitinhos. Sem paciência pra nada.
Malditos hormônios.



"Então diga
Que não vai sair da minha vida
Diga que não passa de mentira
Quando dizem que o amor morreu
Então diga
Que o tempo fecha todas as feridas
Diga que não passa de mentira
Que nem por um segundo me esqueceu"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

need


Paciência; calma; mais algumas semanas de férias; sentido; algo pra fazer; livros; concentração; empenho; mais horas de sono; fazer as unhas, parar de roê-las. Meias, calcinhas, sutiãs, roupas. Maquiagens legais, aprender à usá-las. Tênis; inspiração; música; me organizar; limpar a casa; filmes, discos e posteres. Um mural; um gato; parar de tomar remédio. Fotos; aprender a escrever e a fazer posts legais. Ter opinião; parar de falar apenas de mim. Comer e não engordar; criatividade; lembrança; coerência; mochila; sapato. Relembrar dos velhos tempos com amigos que eu não vejo há tempos; você, eight days a week. Ser menos gay. Ler mais, falar mais, ser menos antipática e expressar o que eu to sentindo. [...]

talvez seja isso tudo o que eu preciso, pra um curto período de tempo.








"Muitas, muitas coisas aconteceram desde a última vez que você ouviu falar de mim, e muitas delas provaram que meus pensamentos sobre o mundo ser um lugar cruel e triste estavam certos e foram confirmados.
Eu não confio em ninguém, quase nem em mim. Foram muitas manhãs, tardes e noites de batalha para saber o que é certo e o que é errado. Não sei se estou sendo castigada por algo que fiz de errado, algo de que não me lembro, ou se isso acontece com todo mundo e eu que sou uma estúpida por não entender isso."










o diário secreto de laura palmer

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sim, eu quero lembrar!



São Paulo. Playcenter. Dezessete de Junho de dois mil e nove. Treze, catorze, quinze, dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte, vinte e uma, vinte e duas, vinte e três horas e cinquenta e nove minutos, dezoito de Junho de dois mil e nove e o resto da minha vida.

Sei lá, foi tão.. bom! Não sei como descrever. Eu sabia o que cada um deles, bem ali na minha frente, tavam sentindo. Cada expressão, cada movimento.. tudo. Como se as informações adquiridas ao longo de dois anos - sem intenção, talvez - viessem todas deles contra mim, me fazendo desabar em lágrimas.

Estranho, isso. Não pensei que fosse tanto assim. Não pensei que isso me atingiria de tal forma. Mas é bom. Eu não quero esquecer, nunca. Esse momento que por muitas vezes fora adiado, valeu a pena.

Difícil pra mim explicar o que é sentir isso. Nem eu sei. É mais do que qualquer coisa. Não entendo como algo que por muitas vezes é motivo de chacota para alguns (muitos), pra mim é essencial, é maior do que eu sinto por muita gente que eu conheço há muito mais tempo. Foi, é MUITO importante pra mim.
.
Parece tão banal, tão superficial.. E eu gosto tanto! Pra mim não é. Repito, é mais do que qualquer um pode imaginar.Qualquer um.

Não me importo com outros fãs. Nunca fiz parte de nenhum fã clube e nunca corri atrás de nada que pudesse me aproximar. Não fazer parte dessas coisas nem chegar à extremos não me faz menos fã, nem mais fã. Eu gosto de ser fã. Eles lá, eu aqui, uma estranha no meio de milhaaaares de fãs.

Chorei, cantei, gritei, sorri e ri! Não foi um dia qualquer.

E eu só quero dizer que eu tenho orgulho da banda que, sem intenção, eu escolhi pra chamar de minha preferida. Bell, Lucas, Tavares, Vavo, Cuper, Lezo, Nego e qualquer outro de qualquer formação: Fresno vai ser SEMPRE Fresno pra mim.



E se gostar (muito) de Fresno faz de mim uma pessoa emo(sinceramente, isso não faz sentido pra mim), eu sou uma pessoa emo. Só não espere que eu corte meus pulsos, use franja e tenha um cabelo oleoso. =)

sábado, 30 de maio de 2009

Sobre a Incapacidade.

Inability To Scream by *golden-pineapple
"The scream inside you. The one that can't be voiced"


"Sabe do que você precisa? Você precisa ser mais agressiva."

Minha professora de inglês me disse isso na última quinta-feira, referindo-se à minha falta de autoridade nas reuniões do projeto Interdisciplinar da escola, no qual nós - pessoas de todas as salas - temos que organizar uma semana de apresentações e atividades relacionados à matéria.
Tudo bem que ninguém deve ligar pro que ela fala, mas isso ficou na minha cabeça. Talvez me falte toda a agressividade que eu poderia ter perante a pessoas com quem eu não tenho (quase) nenhuma intimidade.

A questão é que eu não quero ser agressiva. Nunca tive espírito de liderança, mesmo. Eu sou incapaz de organizar e, de certa forma, mandar em uma relativa quantidade de pessoas. Quando tento, eu falho. A verdade é que eu odeio trabalhar com pessoas, e às vezes odeio ter de aceitar minha condição de ser humano (lol).
Enfim, não vou ser agressiva e não vou me mostrar autoritária se eu não julgar necessário. Porque, de verdade, eu quero é mais.

Eu acho que sou incapaz de escrever sobre alguma outra coisa que não seja eu mesma. Vaidade, egoísmo, egocentrismo.. não sei. A verdade é que eu não tenho o que falar sobre religião, sobre política, sobre nada. Me entender acho que é a tarefa mais difícil pra mim. Entender esse post é a tarefa difícil pra quem lê-lo.

Eu sou incapaz de falar em público. Eu sou incapaz de expressar minhas ideias. Eu sou incapaz de me controlar; de falar o que eu tou pensando quando é necessário. Eu sou mais parecida com a minha mãe do que eu achava que era. Esse negócio de "não vou falar nada e guardar tudo pra mim" é bem típico dela. É bem típico meu. Ressentimentos ocupam uma grande parte aqui dentro. Eu tenho a memória boa.

Quase sempre vou pelo caminho contrário do que eu queria seguir, porque eu me conheço e sei que o caminho que eu escolheria seria o errado. A contradição me persegue - ou eu quem a persigo.

Eu mudo de humor da água pro vinho, mas não demonstro. Eu penso sobre o futuro e demonstro toda a ansiedade possível. Eu me decepciono e não me mostro decepcionada. Eu penso o tempo todo e de repente parece que todos os pensamentos não fazem mais sentido e todas as teorias que eu pensei a respeito de tudo são inválidas, se é que foram válidas alguma vez. Eu digo coisas da boca pra fora, e todos levam a sério. Quando eu falo sério, acham que é da boca pra fora. Choro, durmo, acordo e parece que nada aconteceu. Sinto muita falta de algumas pessoas, e elas nem imaginam. Eu amo mais do que pareço amar.
Esqueço. Continuo seguindo…
procurando, sentindo, desejando, sumindo, esquecendo, deixando de gostar.

Aí eu faço um pose bem blasé e levo polegar e indicador ao queixo. Penso. Procuro um significado. Não há.

quem achar algum sentido nisso pode me explicar?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Lista de Desejos

Fazer uma lista de Oito coisas para fazer antes de morrer - proposta da Bianca - não é uma coisa muito fácil. Nem mesmo pra mim, que penso muito sobre o futuro (o meu, principalmente).
Eu sempre disse pra quem quer que fosse que o meu desejo é não ter uma vida, digamos, "normal" - medíocre, pra mim. Talvez isso seja só uma 'rebeldia' adolescente, sei lá.. Mas no momento eu sei de tudo que eu não quero.
Os desejos da lista podem ser meio pequenos, eu me contento com pouco. E podem se realizar a curto prazo também, visto que o que eu faço hoje, amanhã ou depois vão ser levados comigo pra sempre (uau, profundo).
Bom, aí vai a lista :

Morar sozinha. Tá que isso é meio óbvio e é o sonho de muita gente. Ainda mais pra mim, que venho de uma família onde todos acham que só se deve sair da casa dos pais quando se tem uma marido/esposa. Eu sei que morar sozinha tem suas (muitas) complicações, além de todo aquele papo de independência financeira. Mas, sinceramente, eu não vejo a hora.

Trabalho Voluntário. Já pensei nisso várias vezes. Idosos, crianças ou animais.. eu só quero ajudar. Mais por eles do que por mim. A melhor sensação do mundo é fazer pessoas perceberem que tem alguém que se importa com elas. Eu me importo.

Ter certeza absoluta de alguma coisa. A maldita insegurança impera dentro da minha cabeça. Esse desejo parece meio vago, mas eu nunca tou certa de nada. Pra mim é muito dificil confiar 100% em alguém. Só queria ter essa sensação, nem que fosse uma vez.

Me aperfeiçoar em algo. Desenho, Fotografia, Culinária, Sinuca, Ping Pong, Bicicleta, Poker, Escrever, Dançar, Atuar... Quero ser boa em alguma coisa.

Conhecer países underground. Luxemburgo, Brunei, Zimbábue, Papua Nova-Guiné, Tuvalu e por aí vai. Mas queria ir pro Japão, também. Pra conhecer, não trabalhar como a maioria da minha família. Inglaterra, França e esses 'países pra onde todo mundo vai', também são válidos.

Ter uma gata. "Roubei" da Bibi, esse. A situação é a mesma: Gosto muito de gatos, mas minha mãe não . Ela disse pra eu ter o gato "quando eu tiver a minha casa" (mais um motivo pra eu querer morar sozinha). Quero um "para chamar de meu e abraçar e beijar e apertar". É pedir muito?

Parar de roer unhas.
Você deve ter lido isso e pensado: "Que menina mais escrota!" hahaha, não tiro a razão de quem o fez. Mas eu roo unhas desde os meus três anos de idade e desde então consegui parar uma vez. Além de tudo, continuar roendo unhas pode me gerar problemas de estômago, podendo encurtar o tempo de vida que eu tenho pra realizar esses desejos.

Perder a Memória. Aí não haveria nem boas, nem más lembranças e eu poderia desejar tudo de novo, ou tudo diferente.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

between love and... love?

– Dá um jeito nesse quarto. – reclamou a mãe. – Você devia dar um jeito nessa sua vida.

Relaxa, mãe. – a filha respondeu. – Tá bom desse jeito. O meu jeito.

– "Tá bom desse jeito", foi isso mesmo o que eu ouvi? Você tem que virar gente, menina.

A menina, surpresa com a frase que acabara de sair da boca de sua mãe, ainda tentava entender o que ela queria dizer com aquilo quando se viu – e se ouviu – gritando:
– "Você tem que fazer isso", "Você deve fazer aquilo", "Faça isso", "Vire aquilo".. você já percebeu como nunca fala comigo sem ser desse jeito, mãe? Já percebeu como só consegue gritar, reclamar e mandar em mim? Você quer que eu vire gente, não é? Pois então não me trate como um bicho em quem você pode mandar e desmandar a qualquer momento.

E a discussão havia começado.

– Se você não fosse tão preguiçosa e fizesse as coisas do jeito certo eu não precisaria mandar você fazer as coisas. E fique sabendo que em nenhum momento eu lhe tratei como um bicho. Por acaso já lhe deixei faltar alguma coisa? Já deixei de atender um pedido seu? – a mãe, agora com a voz alterada, respondeu.

– E qual é o jeito certo, mãe? O seu jeito? No fim das contas, você só quer que eu seja igual você. Desculpa, mas pra mim é impossível. Eu não quero ser igual a você, não quero ter uma vida como a sua. E, pra falar a verdade, eu não queria ter uma filha como eu. Uma filha que precise virar gente, não é?

A mãe estava atônita. Sua filha nunca agira daquela maneira.

– E, ainda, o maior problema – continuou a menina – é que você simplesmente não vê as coisas que eu faço de bom. Só vê meus defeitos. Não sei quando foi a ultima vez em que eu ouvi um elogio saindo de sua boca, mãe. Nunca é o suficiente; por mais que eu arrume meu quarto e minhas coisas, sempre haverá mais pra reclamar.

– E quando foi que eu recebi elogios por pagar as suas contas, comprar e preparar sua comida, lavar suas roupas? Nem mesmo um 'obrigada' eu ouço. Pois é. –a mãe desabafou. – Cuidar de suas coisas não passa de uma obrigação sua.

– Está bem, mãe. Então deixe-me cuidar da minha vida, também. Certo?


A mãe não disse nada, como geralmente fazia. O estranho nisso tudo foi as duas terem tido uma discussão verbal em vez de uma discussão apenas visual ou um silêncio constrangedor. Silêncio esse que agora tomava conta do quarto.
O que a mulher não sabia era que a filha guardaria tudo o que ela dissera, como já havia feito antes. Talvez isso a prejudicasse, mas era inevitável, como sempre.

A mãe saiu. Foi se deitar. As duas, cada uma em sua cama, choraram um choro silencioso, talvez arrependidas pelo que cada uma havia dito à outra.

Talvez as duas eram mais parecidas do que queriam acreditar.



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não que isso tenha acontecido comigo, mas era totalmente passível de acontecer se eu não tivesse respondido um 'ok' à primeira reclamação da minha mãe.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Everybody's changing and I don't feel the same

"Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás: foram anos incríveis." (Kevin Arnold@ Anos Incríveis - The Independence Day)

Eu sou filha única. Ao contrário do que geralmente é normal pra um filho único, eu cresci com muitas crianças, meus primos. Meus pais e os pais deles sempre trabalharam fora, o que fez com que nós praticamente morássemos na casa da minha avó - voltando pra casa somente pra jantar e dormir.Mesmo os primos que não ficavam na casa da minha avó durante a semana, vinham no Domingo pra almoçar, jogar, conversar, rir..

E foi assim por muito tempo. Mas, por mais idiota que isso possa soar, por um bom tempo eu realmente não percebi como todos, todos nós crescemos.. Quando eu me dei conta disso, percebi como aquelas tardes de domingo jogando 'linha', '3 dentro', war, alerta, bobinho :**: (...) me faziam falta; percebi o quanto eu tenho saudade das férias, quando fazíamos filmes escrotos de terror com máscaras feitas com bexiga, líamos Love Hina [haha], íamos todos pra praia, assistíamos desenhos e seriados comendo bolacha e tomando chá, ou danone, yakult, salgadinho e depois os meninos peidavam embaixo das cobertas [haha]; São muitas coisas das quais eu sinto falta.

Eu sou sentimental e brega mesmo por pensar nisso. Sei que crescer é algo natural, a mas é estranho pra mim ter que ver que os mesmos primos que peidavam num saco de supermercado pra estourar na minha cara depois, hoje trabalham -ou fazem faculdade, ou os dois-, dirigem, têm namoradas, e quase não falam mais comigo, quase não vão mais na casa da vó, nem pra almoçar no domingo. É dificil pra mim perceber que as mesmas meninas que brincavam comigo de brincadeiras do tipo "Quem está pensando em você agora?", hoje conversam pouco comigo, não riem mais das minhas piadas (também, puderas..) e não fazem mais piadas também!

Venho pensando nisso há tempos, mas o dia de hoje (ontem) foi o que me fez vir desabafar aqui

Uma conversa de poucas palavras interrompida por uma ligação, dinheiro pra comprar pão gasto com milkshake, chuva, corrida, cobra, chinchila, sono, chocolate, hostilizações e muitas risadas me fizeram perceber que, apesar de sempre amadurecermos, há algo na gente que nunca, nunca muda :)



"O meu eu atual, assim como o eu de tempos atrás, esquiva-se de comparações e brada a todos os presentes, mesmo sem o uso de palavras, que evoluiu, que cresceu, que amadureceu. Uma meia-dúzia de alterações superficiais e essa fina e delicada carcaça de adulto que me reveste não são o bastante para que eu me prive de ser quem eu realmente sou. Eu sou aquele por detrás da carcaça. É fina, é leve, mas é pesada o suficiente para que às vezes eu me veja na obrigação de deixá-la de lado para respirar um pouco de ar puro.
Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E isso nunca foi tão óbvio como agora." (beeshop! :)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sobre livros, música... vida :)

"Talvez eu devesse pensar assim. Talvez eu devesse me tornar uma pessoa melhor e não pensar demais, o tempo todo, no que vai acontecer comigo. Espero que chegue logo o dia em que eu esteja bastante segura para me afastar de coisas que me perturbam tanto. Coisa que ainda não posso descrever a não ser um pedaço aqui, outro ali. Se eu fosse uma pessoa melhor, e se eu me esforçasse diariamente, talvez tuso isso funcionasse.."


Arrumando algumas coisas no meu quarto aqui (minha mãe vem me pedindo isso e brigando comigo por causa disso nos ultimos dias), encontrei um caderninho com umas merdas que eu escrevia, um tempo atrás. No meio dessas merdas, encontrei esse trecho que é de um livro que eu gosto muito: "O Diário Secreto de Laura Palmer", que eu li há um ou dois anos. Gosto dele porque, primeiramente, gosto de diários que posteriormente se tornam livros (diários são demais, embora nunca tenha tido um), e também por me identificar em certos pontos com a personagem principal.

Sempre gostei de ler. Meu pai me fez gostar de ler. Aprendi a ler com 4 anos. Gibis. E depois livros de histórias. E depois livros da escola. Até que tudo se tornou um saco. Eu descobri a internet.

Agora voltei a ler, ano passado li 3 livros sem ser obrigada - Heavier Than Heaven, O Caçador de Pipas e Marley & Eu - e isso é um avanço. O mais legal é que eu chorei nos dois últimos que eu li. Em livro dá pra sentir bem mais emoção que em filme.

Pretendo terminar outro livro hoje: A Cidade do Sol. E pelo visto chorarei também. :P~

Enfim, nem sei por quê escrevi tudo isso aqui.. eu só.. precisava.

À parte isso, as incertezas continuam lotando minha cabeça. Acontecimentos bons (MUITO :P) acompanhados de pensamentos e dúvidas ruins são cotidianos. Afinal, estamos falando da minha vida, né? Se fosse tudo fácil e normal eu não estaria envolvida.






não estou reclamando ok.


"I've got a million to choose from
a million ways things could be
in dull moments I feel like
there's a million options I see
the trouble is choosing one
the trouble is doing one [...]"

[John Frusciante -Ah Yom]


O novo cd do Frusciante.. Puta que pariu!