domingo, 24 de janeiro de 2010

the girl with the thorn in her side

Numa estação do metrô, aquela garota andava com seu jeito distraído em direção às escadas rolantes. Na verdade, ela só parecia distraída. De algum modo - e ela não sabe como isso começou -, presta atenção em tudo ao seu redor. Nos movimentos na rua, nos transeuntes, nos padrões pintados nas paredes.. talvez esse seja o problema.

Naquele finzinho de tarde (que já seria noite nos dias em que não há mais horário de verão), o clima, de algum modo, a incomodava. No ipod, The Corrs. A atmosfera daquela estação sempre proporcionava a ela ver a sua volta como um videoclipe. Não só aquele lugar proporcionava aquela sensação, mas esse em especial.

E no meio de todas aquelas pessoas - umas muito bem vestidas e ouras maltrapilhas - ela não parava de pensar, nem um minuto, um segundo sequer. Coincidentemente, não sabe também como isso começou. Desconfia que fora na oitava série, quando ouviu idoser e sua cabeça se tornou um turbilhão. Mas isso não vem ao caso. Pensar sobre a vida se tornou uma constante em sua cabeça.

Mais do que pensar sobre a vida, essa garota pensa e tem medo do futuro, medo esse que ultrapassa alguns limites. Sabe que não deve e não tem motivos pra ter medo, porém simplesmente não consegue ser de outro jeito.

Sempre fora poupada de sofrimento e dor por todos, não sabia o porquê. Gostaria de saber. O pior de tudo é que internamente nunca se poupou dessas situações desagradáveis e de toda culpa.

Ela não cansa de ouvir sobre o quanto cresceu de parentes e amigos distantes, mas no fundo é uma miniatura. É assim que se vê. Quem sabe daqui alguns dias essa mania de adicionar um quê de sentimentalismo a tudo não se amenize.


É melhor viver a vida do que pensar sobre como vivê-la.



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