quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Everybody's changing and I don't feel the same

"Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás: foram anos incríveis." (Kevin Arnold@ Anos Incríveis - The Independence Day)

Eu sou filha única. Ao contrário do que geralmente é normal pra um filho único, eu cresci com muitas crianças, meus primos. Meus pais e os pais deles sempre trabalharam fora, o que fez com que nós praticamente morássemos na casa da minha avó - voltando pra casa somente pra jantar e dormir.Mesmo os primos que não ficavam na casa da minha avó durante a semana, vinham no Domingo pra almoçar, jogar, conversar, rir..

E foi assim por muito tempo. Mas, por mais idiota que isso possa soar, por um bom tempo eu realmente não percebi como todos, todos nós crescemos.. Quando eu me dei conta disso, percebi como aquelas tardes de domingo jogando 'linha', '3 dentro', war, alerta, bobinho :**: (...) me faziam falta; percebi o quanto eu tenho saudade das férias, quando fazíamos filmes escrotos de terror com máscaras feitas com bexiga, líamos Love Hina [haha], íamos todos pra praia, assistíamos desenhos e seriados comendo bolacha e tomando chá, ou danone, yakult, salgadinho e depois os meninos peidavam embaixo das cobertas [haha]; São muitas coisas das quais eu sinto falta.

Eu sou sentimental e brega mesmo por pensar nisso. Sei que crescer é algo natural, a mas é estranho pra mim ter que ver que os mesmos primos que peidavam num saco de supermercado pra estourar na minha cara depois, hoje trabalham -ou fazem faculdade, ou os dois-, dirigem, têm namoradas, e quase não falam mais comigo, quase não vão mais na casa da vó, nem pra almoçar no domingo. É dificil pra mim perceber que as mesmas meninas que brincavam comigo de brincadeiras do tipo "Quem está pensando em você agora?", hoje conversam pouco comigo, não riem mais das minhas piadas (também, puderas..) e não fazem mais piadas também!

Venho pensando nisso há tempos, mas o dia de hoje (ontem) foi o que me fez vir desabafar aqui

Uma conversa de poucas palavras interrompida por uma ligação, dinheiro pra comprar pão gasto com milkshake, chuva, corrida, cobra, chinchila, sono, chocolate, hostilizações e muitas risadas me fizeram perceber que, apesar de sempre amadurecermos, há algo na gente que nunca, nunca muda :)



"O meu eu atual, assim como o eu de tempos atrás, esquiva-se de comparações e brada a todos os presentes, mesmo sem o uso de palavras, que evoluiu, que cresceu, que amadureceu. Uma meia-dúzia de alterações superficiais e essa fina e delicada carcaça de adulto que me reveste não são o bastante para que eu me prive de ser quem eu realmente sou. Eu sou aquele por detrás da carcaça. É fina, é leve, mas é pesada o suficiente para que às vezes eu me veja na obrigação de deixá-la de lado para respirar um pouco de ar puro.
Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E isso nunca foi tão óbvio como agora." (beeshop! :)