sexta-feira, 15 de maio de 2009

Lista de Desejos

Fazer uma lista de Oito coisas para fazer antes de morrer - proposta da Bianca - não é uma coisa muito fácil. Nem mesmo pra mim, que penso muito sobre o futuro (o meu, principalmente).
Eu sempre disse pra quem quer que fosse que o meu desejo é não ter uma vida, digamos, "normal" - medíocre, pra mim. Talvez isso seja só uma 'rebeldia' adolescente, sei lá.. Mas no momento eu sei de tudo que eu não quero.
Os desejos da lista podem ser meio pequenos, eu me contento com pouco. E podem se realizar a curto prazo também, visto que o que eu faço hoje, amanhã ou depois vão ser levados comigo pra sempre (uau, profundo).
Bom, aí vai a lista :

Morar sozinha. Tá que isso é meio óbvio e é o sonho de muita gente. Ainda mais pra mim, que venho de uma família onde todos acham que só se deve sair da casa dos pais quando se tem uma marido/esposa. Eu sei que morar sozinha tem suas (muitas) complicações, além de todo aquele papo de independência financeira. Mas, sinceramente, eu não vejo a hora.

Trabalho Voluntário. Já pensei nisso várias vezes. Idosos, crianças ou animais.. eu só quero ajudar. Mais por eles do que por mim. A melhor sensação do mundo é fazer pessoas perceberem que tem alguém que se importa com elas. Eu me importo.

Ter certeza absoluta de alguma coisa. A maldita insegurança impera dentro da minha cabeça. Esse desejo parece meio vago, mas eu nunca tou certa de nada. Pra mim é muito dificil confiar 100% em alguém. Só queria ter essa sensação, nem que fosse uma vez.

Me aperfeiçoar em algo. Desenho, Fotografia, Culinária, Sinuca, Ping Pong, Bicicleta, Poker, Escrever, Dançar, Atuar... Quero ser boa em alguma coisa.

Conhecer países underground. Luxemburgo, Brunei, Zimbábue, Papua Nova-Guiné, Tuvalu e por aí vai. Mas queria ir pro Japão, também. Pra conhecer, não trabalhar como a maioria da minha família. Inglaterra, França e esses 'países pra onde todo mundo vai', também são válidos.

Ter uma gata. "Roubei" da Bibi, esse. A situação é a mesma: Gosto muito de gatos, mas minha mãe não . Ela disse pra eu ter o gato "quando eu tiver a minha casa" (mais um motivo pra eu querer morar sozinha). Quero um "para chamar de meu e abraçar e beijar e apertar". É pedir muito?

Parar de roer unhas.
Você deve ter lido isso e pensado: "Que menina mais escrota!" hahaha, não tiro a razão de quem o fez. Mas eu roo unhas desde os meus três anos de idade e desde então consegui parar uma vez. Além de tudo, continuar roendo unhas pode me gerar problemas de estômago, podendo encurtar o tempo de vida que eu tenho pra realizar esses desejos.

Perder a Memória. Aí não haveria nem boas, nem más lembranças e eu poderia desejar tudo de novo, ou tudo diferente.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

between love and... love?

– Dá um jeito nesse quarto. – reclamou a mãe. – Você devia dar um jeito nessa sua vida.

Relaxa, mãe. – a filha respondeu. – Tá bom desse jeito. O meu jeito.

– "Tá bom desse jeito", foi isso mesmo o que eu ouvi? Você tem que virar gente, menina.

A menina, surpresa com a frase que acabara de sair da boca de sua mãe, ainda tentava entender o que ela queria dizer com aquilo quando se viu – e se ouviu – gritando:
– "Você tem que fazer isso", "Você deve fazer aquilo", "Faça isso", "Vire aquilo".. você já percebeu como nunca fala comigo sem ser desse jeito, mãe? Já percebeu como só consegue gritar, reclamar e mandar em mim? Você quer que eu vire gente, não é? Pois então não me trate como um bicho em quem você pode mandar e desmandar a qualquer momento.

E a discussão havia começado.

– Se você não fosse tão preguiçosa e fizesse as coisas do jeito certo eu não precisaria mandar você fazer as coisas. E fique sabendo que em nenhum momento eu lhe tratei como um bicho. Por acaso já lhe deixei faltar alguma coisa? Já deixei de atender um pedido seu? – a mãe, agora com a voz alterada, respondeu.

– E qual é o jeito certo, mãe? O seu jeito? No fim das contas, você só quer que eu seja igual você. Desculpa, mas pra mim é impossível. Eu não quero ser igual a você, não quero ter uma vida como a sua. E, pra falar a verdade, eu não queria ter uma filha como eu. Uma filha que precise virar gente, não é?

A mãe estava atônita. Sua filha nunca agira daquela maneira.

– E, ainda, o maior problema – continuou a menina – é que você simplesmente não vê as coisas que eu faço de bom. Só vê meus defeitos. Não sei quando foi a ultima vez em que eu ouvi um elogio saindo de sua boca, mãe. Nunca é o suficiente; por mais que eu arrume meu quarto e minhas coisas, sempre haverá mais pra reclamar.

– E quando foi que eu recebi elogios por pagar as suas contas, comprar e preparar sua comida, lavar suas roupas? Nem mesmo um 'obrigada' eu ouço. Pois é. –a mãe desabafou. – Cuidar de suas coisas não passa de uma obrigação sua.

– Está bem, mãe. Então deixe-me cuidar da minha vida, também. Certo?


A mãe não disse nada, como geralmente fazia. O estranho nisso tudo foi as duas terem tido uma discussão verbal em vez de uma discussão apenas visual ou um silêncio constrangedor. Silêncio esse que agora tomava conta do quarto.
O que a mulher não sabia era que a filha guardaria tudo o que ela dissera, como já havia feito antes. Talvez isso a prejudicasse, mas era inevitável, como sempre.

A mãe saiu. Foi se deitar. As duas, cada uma em sua cama, choraram um choro silencioso, talvez arrependidas pelo que cada uma havia dito à outra.

Talvez as duas eram mais parecidas do que queriam acreditar.



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não que isso tenha acontecido comigo, mas era totalmente passível de acontecer se eu não tivesse respondido um 'ok' à primeira reclamação da minha mãe.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Everybody's changing and I don't feel the same

"Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás: foram anos incríveis." (Kevin Arnold@ Anos Incríveis - The Independence Day)

Eu sou filha única. Ao contrário do que geralmente é normal pra um filho único, eu cresci com muitas crianças, meus primos. Meus pais e os pais deles sempre trabalharam fora, o que fez com que nós praticamente morássemos na casa da minha avó - voltando pra casa somente pra jantar e dormir.Mesmo os primos que não ficavam na casa da minha avó durante a semana, vinham no Domingo pra almoçar, jogar, conversar, rir..

E foi assim por muito tempo. Mas, por mais idiota que isso possa soar, por um bom tempo eu realmente não percebi como todos, todos nós crescemos.. Quando eu me dei conta disso, percebi como aquelas tardes de domingo jogando 'linha', '3 dentro', war, alerta, bobinho :**: (...) me faziam falta; percebi o quanto eu tenho saudade das férias, quando fazíamos filmes escrotos de terror com máscaras feitas com bexiga, líamos Love Hina [haha], íamos todos pra praia, assistíamos desenhos e seriados comendo bolacha e tomando chá, ou danone, yakult, salgadinho e depois os meninos peidavam embaixo das cobertas [haha]; São muitas coisas das quais eu sinto falta.

Eu sou sentimental e brega mesmo por pensar nisso. Sei que crescer é algo natural, a mas é estranho pra mim ter que ver que os mesmos primos que peidavam num saco de supermercado pra estourar na minha cara depois, hoje trabalham -ou fazem faculdade, ou os dois-, dirigem, têm namoradas, e quase não falam mais comigo, quase não vão mais na casa da vó, nem pra almoçar no domingo. É dificil pra mim perceber que as mesmas meninas que brincavam comigo de brincadeiras do tipo "Quem está pensando em você agora?", hoje conversam pouco comigo, não riem mais das minhas piadas (também, puderas..) e não fazem mais piadas também!

Venho pensando nisso há tempos, mas o dia de hoje (ontem) foi o que me fez vir desabafar aqui

Uma conversa de poucas palavras interrompida por uma ligação, dinheiro pra comprar pão gasto com milkshake, chuva, corrida, cobra, chinchila, sono, chocolate, hostilizações e muitas risadas me fizeram perceber que, apesar de sempre amadurecermos, há algo na gente que nunca, nunca muda :)



"O meu eu atual, assim como o eu de tempos atrás, esquiva-se de comparações e brada a todos os presentes, mesmo sem o uso de palavras, que evoluiu, que cresceu, que amadureceu. Uma meia-dúzia de alterações superficiais e essa fina e delicada carcaça de adulto que me reveste não são o bastante para que eu me prive de ser quem eu realmente sou. Eu sou aquele por detrás da carcaça. É fina, é leve, mas é pesada o suficiente para que às vezes eu me veja na obrigação de deixá-la de lado para respirar um pouco de ar puro.
Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E isso nunca foi tão óbvio como agora." (beeshop! :)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sobre livros, música... vida :)

"Talvez eu devesse pensar assim. Talvez eu devesse me tornar uma pessoa melhor e não pensar demais, o tempo todo, no que vai acontecer comigo. Espero que chegue logo o dia em que eu esteja bastante segura para me afastar de coisas que me perturbam tanto. Coisa que ainda não posso descrever a não ser um pedaço aqui, outro ali. Se eu fosse uma pessoa melhor, e se eu me esforçasse diariamente, talvez tuso isso funcionasse.."


Arrumando algumas coisas no meu quarto aqui (minha mãe vem me pedindo isso e brigando comigo por causa disso nos ultimos dias), encontrei um caderninho com umas merdas que eu escrevia, um tempo atrás. No meio dessas merdas, encontrei esse trecho que é de um livro que eu gosto muito: "O Diário Secreto de Laura Palmer", que eu li há um ou dois anos. Gosto dele porque, primeiramente, gosto de diários que posteriormente se tornam livros (diários são demais, embora nunca tenha tido um), e também por me identificar em certos pontos com a personagem principal.

Sempre gostei de ler. Meu pai me fez gostar de ler. Aprendi a ler com 4 anos. Gibis. E depois livros de histórias. E depois livros da escola. Até que tudo se tornou um saco. Eu descobri a internet.

Agora voltei a ler, ano passado li 3 livros sem ser obrigada - Heavier Than Heaven, O Caçador de Pipas e Marley & Eu - e isso é um avanço. O mais legal é que eu chorei nos dois últimos que eu li. Em livro dá pra sentir bem mais emoção que em filme.

Pretendo terminar outro livro hoje: A Cidade do Sol. E pelo visto chorarei também. :P~

Enfim, nem sei por quê escrevi tudo isso aqui.. eu só.. precisava.

À parte isso, as incertezas continuam lotando minha cabeça. Acontecimentos bons (MUITO :P) acompanhados de pensamentos e dúvidas ruins são cotidianos. Afinal, estamos falando da minha vida, né? Se fosse tudo fácil e normal eu não estaria envolvida.






não estou reclamando ok.


"I've got a million to choose from
a million ways things could be
in dull moments I feel like
there's a million options I see
the trouble is choosing one
the trouble is doing one [...]"

[John Frusciante -Ah Yom]


O novo cd do Frusciante.. Puta que pariu!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

hm,

Repetição de reportagens sobre shoppings lotados, crianças pobres felizes, lojas com as prateleiras vazias, papais noéis que vão perder o emprego. Tudo isso faz eu gostar MENOS do Natal. Não que eu não goste, só me faz gostar menos. Acho que o melhor Natal que eu tive foi ano passado, quando deu meia noite e eu tava jogando uma musica do Sonic Youth no Guitar Hero.
E a virada do ano, então? Grandes merdas. Que diferença faz? Tá em horário de verão. O horário oficial nem é aquele mesmo. Além disso, começaram a contar os anos em uma data qualquer arbitrada. Se realmente começaram a partir do nascimento de Jesus, como dizem, por que ele não nasceu em 1º de janeiro? Ou por que o ano não começa em 25 de dezembro? HÃ? Por quê?
Religiosos que me acham burra: _|_


Mas enfim, Feliz Natal :D

Foto por mim, em 2007



flickr.com/eternidadesdasemana

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

another turning point, a fork stuck in the road.. (8)

Fim de ano, certo?


Com isso, inevitavelmente, nos pegamos pensando nos acontecimentos ao longo dos dias que se passaram (Ok, comigo não tão detalhadamente porque eu não lembro nem o que eu almocei ontem, é sério).

2008 tá sendo um ano de mudanças (físicas, psicológicas, intelectuais [?]) e, com certeza, ter passado naquele maldito vestibulinho foi um turning point.

Desde a primeira série do primeiro grau -então com 7 anos- eu estudei em um mesmo colégio: Castelo, o Liceu, o Liceu Camilo Castelo Branco. Escola de merda, particular, mas de merda. Eu sempre gostei de lá. Passei metade da minha vida naquele lugar. Cresci com os mesmos amigos. Mudar de escola depois de tanto tempo num mesmo ambiente parecia assustador.

E lá fui eu, passei. Só eu. 11 de Fevereiro, medo, medo, medo, medo. Era só o que tinha na minha cabeça.

Mal sabia eu que, alguns meses depois, todo aquele medo seria esquecido, novos amigos seriam feitos e muitas risadas estariam por vir.

No último mês, fazer amizades totalmente inesperadas que se tornaram indispensáveis. Isso com certeza foi uma das melhores coisas.

Não que isso importe, mas acho que eu posso dizer que sou feliz assim, hostil, ingrata, ignorante, idiota, retardada, tapada e todo e qualquer adjetivo ruim.


E o que eu preciso dizer além de obrigada e vão se foder? (:


*imagine uma musiquinha de fim de ano e todos de branco brindando, aqui*





(Ah, perdão se tiver alguma palavra escrita de uma forma escrota e bebada, são 1:47, to com sono mas me recuso a ir dormir antes das 2)