sábado, 30 de maio de 2009

Sobre a Incapacidade.

Inability To Scream by *golden-pineapple
"The scream inside you. The one that can't be voiced"


"Sabe do que você precisa? Você precisa ser mais agressiva."

Minha professora de inglês me disse isso na última quinta-feira, referindo-se à minha falta de autoridade nas reuniões do projeto Interdisciplinar da escola, no qual nós - pessoas de todas as salas - temos que organizar uma semana de apresentações e atividades relacionados à matéria.
Tudo bem que ninguém deve ligar pro que ela fala, mas isso ficou na minha cabeça. Talvez me falte toda a agressividade que eu poderia ter perante a pessoas com quem eu não tenho (quase) nenhuma intimidade.

A questão é que eu não quero ser agressiva. Nunca tive espírito de liderança, mesmo. Eu sou incapaz de organizar e, de certa forma, mandar em uma relativa quantidade de pessoas. Quando tento, eu falho. A verdade é que eu odeio trabalhar com pessoas, e às vezes odeio ter de aceitar minha condição de ser humano (lol).
Enfim, não vou ser agressiva e não vou me mostrar autoritária se eu não julgar necessário. Porque, de verdade, eu quero é mais.

Eu acho que sou incapaz de escrever sobre alguma outra coisa que não seja eu mesma. Vaidade, egoísmo, egocentrismo.. não sei. A verdade é que eu não tenho o que falar sobre religião, sobre política, sobre nada. Me entender acho que é a tarefa mais difícil pra mim. Entender esse post é a tarefa difícil pra quem lê-lo.

Eu sou incapaz de falar em público. Eu sou incapaz de expressar minhas ideias. Eu sou incapaz de me controlar; de falar o que eu tou pensando quando é necessário. Eu sou mais parecida com a minha mãe do que eu achava que era. Esse negócio de "não vou falar nada e guardar tudo pra mim" é bem típico dela. É bem típico meu. Ressentimentos ocupam uma grande parte aqui dentro. Eu tenho a memória boa.

Quase sempre vou pelo caminho contrário do que eu queria seguir, porque eu me conheço e sei que o caminho que eu escolheria seria o errado. A contradição me persegue - ou eu quem a persigo.

Eu mudo de humor da água pro vinho, mas não demonstro. Eu penso sobre o futuro e demonstro toda a ansiedade possível. Eu me decepciono e não me mostro decepcionada. Eu penso o tempo todo e de repente parece que todos os pensamentos não fazem mais sentido e todas as teorias que eu pensei a respeito de tudo são inválidas, se é que foram válidas alguma vez. Eu digo coisas da boca pra fora, e todos levam a sério. Quando eu falo sério, acham que é da boca pra fora. Choro, durmo, acordo e parece que nada aconteceu. Sinto muita falta de algumas pessoas, e elas nem imaginam. Eu amo mais do que pareço amar.
Esqueço. Continuo seguindo…
procurando, sentindo, desejando, sumindo, esquecendo, deixando de gostar.

Aí eu faço um pose bem blasé e levo polegar e indicador ao queixo. Penso. Procuro um significado. Não há.

quem achar algum sentido nisso pode me explicar?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Lista de Desejos

Fazer uma lista de Oito coisas para fazer antes de morrer - proposta da Bianca - não é uma coisa muito fácil. Nem mesmo pra mim, que penso muito sobre o futuro (o meu, principalmente).
Eu sempre disse pra quem quer que fosse que o meu desejo é não ter uma vida, digamos, "normal" - medíocre, pra mim. Talvez isso seja só uma 'rebeldia' adolescente, sei lá.. Mas no momento eu sei de tudo que eu não quero.
Os desejos da lista podem ser meio pequenos, eu me contento com pouco. E podem se realizar a curto prazo também, visto que o que eu faço hoje, amanhã ou depois vão ser levados comigo pra sempre (uau, profundo).
Bom, aí vai a lista :

Morar sozinha. Tá que isso é meio óbvio e é o sonho de muita gente. Ainda mais pra mim, que venho de uma família onde todos acham que só se deve sair da casa dos pais quando se tem uma marido/esposa. Eu sei que morar sozinha tem suas (muitas) complicações, além de todo aquele papo de independência financeira. Mas, sinceramente, eu não vejo a hora.

Trabalho Voluntário. Já pensei nisso várias vezes. Idosos, crianças ou animais.. eu só quero ajudar. Mais por eles do que por mim. A melhor sensação do mundo é fazer pessoas perceberem que tem alguém que se importa com elas. Eu me importo.

Ter certeza absoluta de alguma coisa. A maldita insegurança impera dentro da minha cabeça. Esse desejo parece meio vago, mas eu nunca tou certa de nada. Pra mim é muito dificil confiar 100% em alguém. Só queria ter essa sensação, nem que fosse uma vez.

Me aperfeiçoar em algo. Desenho, Fotografia, Culinária, Sinuca, Ping Pong, Bicicleta, Poker, Escrever, Dançar, Atuar... Quero ser boa em alguma coisa.

Conhecer países underground. Luxemburgo, Brunei, Zimbábue, Papua Nova-Guiné, Tuvalu e por aí vai. Mas queria ir pro Japão, também. Pra conhecer, não trabalhar como a maioria da minha família. Inglaterra, França e esses 'países pra onde todo mundo vai', também são válidos.

Ter uma gata. "Roubei" da Bibi, esse. A situação é a mesma: Gosto muito de gatos, mas minha mãe não . Ela disse pra eu ter o gato "quando eu tiver a minha casa" (mais um motivo pra eu querer morar sozinha). Quero um "para chamar de meu e abraçar e beijar e apertar". É pedir muito?

Parar de roer unhas.
Você deve ter lido isso e pensado: "Que menina mais escrota!" hahaha, não tiro a razão de quem o fez. Mas eu roo unhas desde os meus três anos de idade e desde então consegui parar uma vez. Além de tudo, continuar roendo unhas pode me gerar problemas de estômago, podendo encurtar o tempo de vida que eu tenho pra realizar esses desejos.

Perder a Memória. Aí não haveria nem boas, nem más lembranças e eu poderia desejar tudo de novo, ou tudo diferente.